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2012 - Livro Vermelho 2013

Tillandsia araujei Mez EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 28-04-2012

Criterio: B1ab(iii,v)+2ab(iii,v)

Avaliador: Miguel d'Avila de Moraes

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Tillandsia araujei Mez é endêmica do Brasil e ocorre em afloramentos rochosos litorâneos, no Estado do Rio de Janeiro. A espécie tem distribuição restrita (EOO=3.870,34 km²) e ocupa uma AOO de 104 km². As subpopulações estão sujeitas ao declínio contínuo da qualidade de hábitat, em função da ocupação das encostas por loteamentos e condomínios, bem como aos efeitos gerados por atividades recreativas como caminhadas ou escaladas sobre a rocha, que causam inclusive a redução do número de indivíduos maduros. Foram identificadas duas situações de ameaça que consideram a presença ou ausência em unidades de conservação (SNUC), nas quais as ameaças incidentes são mais raras. Assim, T. araujei foi avaliada como "Em perigo" (EN).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Tillandsia araujei Mez;

Família: Bromeliaceae

Sinônimos:

  • > Tillandsia araujei var. minima ;
  • > Tillandsia araujei var. araujei ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

T. araujei foi descrita por Mez em 1894. Assemelha-se a T. tenuifolia devido ao caule bem desenvolvido e ramificações laterais presentes. Porém, difere desta, pelas folhas sempre secundas, o escapo floral sempre exserto e as brácteas florais não carenadas (Tardivo, 2002). De acordo com Lopes et al. (2004) a espécie é conhecida vulgarmente como "caraguatá". Tillandsia araujei var. minima E.Pereira & I.A.Penna foi considerado um sinônimo da forma típica (Tardivo, 2002), no entanto é uma planta bem diferente desta, não devendo ser considerado um sinônimo (Costa, com. pess.)

Dados populacionais

Meirelles et al. (1999) registraram 51 indivíduos para a as ilhas de vegetação em afloramentos rochosos de Itacoatiara no Rio de Janeiro. São um total de 41 ilhas somatizando 160,75 m². No RJ a espécie ocorre nos inselbergs da cidade em grandes subpopulações (Costa, com. pess.).

Distribuição

A espécie ocorre no bioma Mata Atlântica, nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro (Forzza et al., 2011). No estudo de Meirelles et al. (1999), os indivíduos da espécie encontravam-se até 120 m de altitude. Lopes et al. (2004) confirmam a presença da espécie no Morro Alto Mourão, localizado na Serra da Tiririca, assim como Andreata et al. (2008).

Ecologia

Espécie herbácea (Lopes et al., 2004); (Barros. 2008), classificada como hemicriptófita por Meirelles et al. (1999). Já Tardivo (2002) prefere classificar a espécie como epífita ou rupícola, mesofítica. Meirelles et al. (1999) ainda consideram a espécie pioneira no processo de sucessão para a formação de ilhas de vegetação. Planta florida 15-60 cm de altura, epífita ou rupícola, mesofítica (Tardivo, 2002). O mesmo autor afirma que a espécie floresce de setembro a abril.

Ameaças

1.4.2 Human settlement
Incidência local
Severidade medium
Detalhes Em 2001 as Prefeituras de Maricá e Niterói eleboraram um documento que culminou em desvios de condomínios e loteamentos já implantados eexclui áreas florestadas valorizadas pela especulação imobiliária no Parque Estadual da Serra do Tiririca (Barros, 2008).

10.1 Recreation/tourism
Incidência local
Severidade very low
Detalhes Por vezes a espécie ocorre em vias de escaladas nos inselbergs da cidade do Rio de Janeiro, o que configura uma ameça para a espécie (Costa, com. pess.)

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada presumivelmente "Extinta" (EX) na Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: O Parque Estadual da Serra da Tiririca foi criado pela Lei Estadual nº 1901 de 29/11/1991. Em 2007 os limites definitivos foram estabelecidos e estipulam duas partes continentais e uma marinha numa área total de 2.077 ha (Barros, 2008).

4.3 Corridors
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre no Corredor de Biodiversidade Serra do Mar da Mata Atlântica (Martinelli et al., 2008).

Usos

Referências

- FORZZA, R. C.; COSTA, A.; SIQUEIRA FILHO, J. A. ET AL. Tillandsia in in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB006361>. Acesso em: 15 de Março de 2011.

- LOPES, R. C.; COELHO, M. A. N.; ANDREATA, R. H. P. Plantas Ornamentais Ocorrentes na Mata Atlântica do Morro Alto Mourão, Niterói/Maricá, Rio de Janeiro. Publicações Avulsas do Museu Nacional, n. 101, p. 1-16, 2004.

- ROSÂNGELA CAPUANO TARDIVO. Revisão Taxonômica de Tillandsia L. Subgênero Anoplophytum (Beer) Baker (Bromeliaceae). Tese de Doutorado. São Paulo, SP: Universidade de São Paulo, 2002.

- MEIRELLES, S. T.; PIVELLO, V. R.; JOLY, C. A. The Vegetation of Granite Rock Outcrops in Rio de Janeiro, Brazil, and the Need for its Protection. Environmental Conservation, v. 26, n. 1, p. 10-20, 1999.

- ANA ANGÉLICA MONTEIRO DE BARROS. Análise Florística e Estrutural do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ, Brasil. Tese de Doutorado. : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2008.

- MARTINELLI, G.; VIEIRA, C. M.; LEITMAN, P. ET ALSTEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A. ET AL. Bromeliaceae. 2009. 186 p.

- ANDREATA, R. H. P.; LIMA, H. C. DE, VAZ, A. S. F. ET AL. Diversity and Floristic Composition of the Vascular Plants in the Forest Fragment in Southeastern Rio de Janeiro, Brazil. Journal of the Botanical Research Institute of Texas, v. 2, n. 1, p. 575-592, 2008.

- MARTINELLI, G.; VIEIRA, C. M.; GONZÁLEZ, M. ET AL. Bromeliaceae da Mata Atlântica Brasileira: Lista de Espécies, Distribuição e Conservação. Rodriguésia, v. 59, n. 1, p. 209-258, 2008.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

Como citar

CNCFlora. Tillandsia araujei in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Tillandsia araujei>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 28/04/2012 - 16:39:30